Irrigado pelas cheias periódicas do rio Paraguai, o Pantanal Sul-mato-grossense transfigura-se a cada seis meses. As chuvas caindo na cabeceira dos rios entre os meses de novembro a abril iniciam a temporada das cheias. As áreas inundadas formam uma densa rede de lagoas, baías e varjões, interligados pelos perenes corixos ou pelos efêmeros vazantes. Depois de meses de inundação, quando todo território do Pantanal fica submerso em um mar de água doce, as águas começam a baixar. Enquanto as vazantes secam, o solo reaparece fertilizado e revigorado em pastos férteis e a vida explode em cores vivas por toda parte. Várias lagoas e baías permanecem repletas de peixes. Na estação das cheias, de dezembro a março, com a intensidade das chuvas, a maior parte do Pantanal fica submersa. A vegetação se revigora e os animais se refugiam nas cordilheiras. Como todas as aves, o tuiuiú começa a construir seu ninho. Na estação intermediária, de abril a junho e de outubro a novembro, não chove. Com o baixo nível das águas, começa a formação de lagoas e poças d'água onde milhares de peixes ficam presos, servindo de banquete a aves e jacarés.

A estação da seca, de julho a setembro, consiste no melhor período para observação da vida selvagem. A falta de chuvas encolhe as lagoas, revela a planície e facilita o transporte por terra. Os campos reverdecem vastas áreas para pastagem. Como todas as árvores, o piúva floresce.